Os desmatadores apostam na redução dos
limites ou até mesmo extinção dessas áreas e na consequente regularização
para agricultura e pastagem
Por Redação RBA
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Desmatamento em área privada no Mato Grosso, na fronteira do Território Indígena do Xingu. (FOTO: FÁBIO GARCIA/ISA) |
São Paulo – A destruição da cobertura
vegetal da Amazônia não tem limites. A devastação em áreas privadas para
instalação de pastos ou da monocultura de soja ou cana se repete também em
áreas que, a princípio, deveriam estar sob proteção: assentamentos, unidades de
conservação e terras indígenas estão entre as áreas mais desmatadas na região,
segundo o boletim do
Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) publicado esta semana
pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia (Imazon).
Conforme o boletim, com dados referentes
a junho, os estados do Amazonas e do Pará lideram o ranking do desmatamento,
com 30% e 26% do total desmatado, respectivamente, seguido por Rondônia (19%),
Mato Grosso (17%), Acre (5%), Roraima (1%), Tocantins (1%) e Amapá (1%).
Embora a comparação do total desmatado
em junho de 2019 com o mesmo mês do ano anterior aponte para uma redução de
31%, a variação requer cuidado na interpretação. Isso por que quele mês de
2018 foi o que registrou o maior desmatamento da série histórica do SAD,
desde 2008.
“Isso se deve, em parte, à comparação
com um número muito elevado detectado no ano passado, o maior já registrado
pelo SAD em um único mês desde o início do seu monitoramento em 2008. Portanto,
não houve recuo do desmatamento, pois o acumulado dos 11 meses do calendário
2019 indica um aumento de 4% em relação ao mesmo período do ano anterior”,
explica o pesquisador Antônio Victor Fonseca, do Imazon.
Em junho de 2019, o desmatamento ocorreu
no Amazonas (30%), Pará (26%), Rondônia (19%), Mato Grosso (17%), Acre (5%),
Roraima (1%), Tocantins (1%) e Amapá (1%). As florestas degradadas na Amazônia
Legal somaram 49 quilômetros quadrados no período, enquanto que em 2018 a
degradação florestal detectada totalizou 40 quilômetros quadrados, um aumento
de 23%. No mês passado, a degradação foi detectada em Roraima (55%), Mato
Grosso (17%), Acre (10%), Pará (8%), Amazonas (6%) e Rondônia (4%).
Desmatadores
Em sua maioria (56%), a derrubada de
floresta nativa foi feita em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse
– áreas ainda sem destinação pelo Estado. O restante do desmatamento
foi registrado em Assentamentos (26%), Unidades de Conservação (13%) e Terras
Indígenas (5%).
“Quem realiza o desmatamento dentro de
áreas protegidas (UC e TI) tem a expectativa de que essas áreas sofram processo
de redução dos seus limites ou até mesmo a extinção, e consequentemente a
regularização futura dessas áreas para uso agrícola e pecuária”, explica
Fonseca.
Segundo ele, o padrão do desmatamento
observado nos últimos meses reflete grandes áreas sendo desmatadas, que variam
entre 10 e 20 hectares.
Confira as áreas que estão perdendo a
vegetação que deveria ser protegida:
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