Por
Manoel Paixão
Meu
caro leitor e minha cara leitora,
Aos trancos e barrancos, lá
se vão 100 dias do governo Bolsonaro.
A realidade nos mostra um
presidente totalmente desqualificado e desorientado à frente de um governo
carregado de mandos e desmandos, e inoperante na resolução dos problemas do
Brasil.
Um
governo que num espaço de tempo tão curto não economizou nos devaneios, trapalhadas,
declarações grotescas e intrigas internas – sendo que algumas dessas coisas são
propositais e outras disparates mesmo –, e por isso acumulou uma sucessão de polêmicas,
virando alvo constante de críticas e motivo de chacota na imprensa nacional e
internacional, e nas redes sociais.
Uma
coisa bizarra nesse governo é a sua bandeira ideológica, hasteada "contra
tudo isso daí", com ataques recorrentes contra o socialismo, o comunismo, o
marxismo, o bolivarianismo, a esquerda, o PT e etc.
O presidente também conseguiu
a proeza de logo de cara envergonhar o Brasil perante o mundo, isso já na
primeira viagem internacional feita para Davos, e parece que não satisfeito,
tratou de envergonhar ainda mais nas viagens para
Estados Unidos, Chile e Israel.
Vale lembrar aqui, que não
muito distante, houve um tempo em que o Brasil era devidamente respeitado,
porque fazia por merecer, assumia posição de destaque e ganhava mais e mais prestígio
no cenário geopolítico mundial, pois contava com líderes preparados, que não se
apequenavam diante dos desafios, que falavam de igual para igual com outros
líderes, inclusive de grandes potências, enquanto defendiam os nossos
interesses, ampliavam acordos bilaterais e até mediavam conflitos.
Como
tem acontecido nas viagens oficiais, Bolsonaro e sua equipe agem diferente, confundindo
parceria com subserviência, se limitando à bajulação e ao entreguismo. Além disso,
criam constrangimentos com potenciais parceiros comerciais, por causa de certas
atitudes e posicionamentos desnecessários, indo contra os interesses nacionais.
Não
bastasse a total desmoralização de cada dia, do próprio presidente e de boa
parte de seus ministros, ainda observamos a degradação do país do ponto de
vista da gestão pública.
Bolsonaro, até já alcançou a pior avaliação registrada para os três primeiros meses de
governo de um presidente de primeiro mandato desde 1990.
As
perspectivas não são muito boas. Se engana quem acha que o país vive uma
situação de normalidade. Mas, tudo sinaliza para retrocessos gigantescos. Não
há nenhum exagero em dizer isso.
A
situação em que o Brasil se encontra é extremamente preocupante, e tende a
piorar se as coisas continuarem como estão. Estamos num momento em que ganha
espaço no cenário nacional a disseminação do ódio e da intolerância, a barbárie, o
uso da desinformação, a criminalização dos movimentos sociais, a desconstrução
das políticas sociais, a precarização das instituições públicas, o entreguismo,
a destruição da soberania nacional, o desmonte do Estado, a pulverização do que ainda resta de democracia após o golpe de 2016, como mote de um
projeto antinacional, antidemocrático e antipopular em andamento, das elites inescrupulosas
e acumuladoras de privilegiados, de mentalidade retrógrada, escravocrata, predatória,
saqueadora, abusiva, manipuladora, enormemente prejudicial ao bem-estar do povo.
Quando
na verdade é preciso corrigir distorções históricas no país, reduzindo as
desigualdades e injustiças existentes entre a população, para a construção de
uma sociedade mais justa, igualitária e humana.
Como Bolsonaro nunca teve um
projeto para o país, se dobra às pautas e pressões das elites econômicas, empresariais,
militares, jurídicas, midiáticas e religiosas – que dominam a política
brasileira e responsáveis por sua chegada ao poder –, sobre as políticas
públicas de Estado, seguindo uma agenda de retrocessos, além de extremamente conservadora,
privatizadora e excludente, mais voltada para os interesses particularizados do
que para as reais necessidades da população.
Com
o governo Bolsonaro, o Brasil vive de fato uma incógnita a respeito do seu futuro
político, econômico, social, democrático e civilizacional.
Portanto, é preciso ficar de
olho em tudo o que está acontecendo, e lutar em defesa da democracia e dos
direitos sociais, e contra quaisquer formas de pensamentos e ações de natureza
fascista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário