"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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quinta-feira, 11 de abril de 2019

Governo Bolsonaro: 100 dias aos trancos e barrancos


Por Manoel Paixão
Meu caro leitor e minha cara leitora,

Aos trancos e barrancos, lá se vão 100 dias do governo Bolsonaro.

A realidade nos mostra um presidente totalmente desqualificado e desorientado à frente de um governo carregado de mandos e desmandos, e inoperante na resolução dos problemas do Brasil.   

Um governo que num espaço de tempo tão curto não economizou nos devaneios, trapalhadas, declarações grotescas e intrigas internas – sendo que algumas dessas coisas são propositais e outras disparates mesmo –, e por isso acumulou uma sucessão de polêmicas, virando alvo constante de críticas e motivo de chacota na imprensa nacional e internacional, e nas redes sociais.

Uma coisa bizarra nesse governo é a sua bandeira ideológica, hasteada "contra tudo isso daí", com ataques recorrentes contra o socialismo, o comunismo, o marxismo, o bolivarianismo, a esquerda, o PT e etc.

O presidente também conseguiu a proeza de logo de cara envergonhar o Brasil perante o mundo, isso já na primeira viagem internacional feita para Davos, e parece que não satisfeito, tratou de envergonhar ainda mais nas viagens para Estados Unidos, Chile e Israel.
  
Vale lembrar aqui, que não muito distante, houve um tempo em que o Brasil era devidamente respeitado, porque fazia por merecer, assumia posição de destaque e ganhava mais e mais prestígio no cenário geopolítico mundial, pois contava com líderes preparados, que não se apequenavam diante dos desafios, que falavam de igual para igual com outros líderes, inclusive de grandes potências, enquanto defendiam os nossos interesses, ampliavam acordos bilaterais e até mediavam conflitos.

Como tem acontecido nas viagens oficiais, Bolsonaro e sua equipe agem diferente, confundindo parceria com subserviência, se limitando à bajulação e ao entreguismo. Além disso, criam constrangimentos com potenciais parceiros comerciais, por causa de certas atitudes e posicionamentos desnecessários, indo contra os interesses nacionais.

Não bastasse a total desmoralização de cada dia, do próprio presidente e de boa parte de seus ministros, ainda observamos a degradação do país do ponto de vista da gestão pública. 

Bolsonaro, até já alcançou a pior avaliação registrada para os três primeiros meses de governo de um presidente de primeiro mandato desde 1990. 

As perspectivas não são muito boas. Se engana quem acha que o país vive uma situação de normalidade. Mas, tudo sinaliza para retrocessos gigantescos. Não há nenhum exagero em dizer isso.

A situação em que o Brasil se encontra é extremamente preocupante, e tende a piorar se as coisas continuarem como estão. Estamos num momento em que ganha espaço no cenário nacional a disseminação do ódio e da intolerância, a barbárie, o uso da desinformação, a criminalização dos movimentos sociais, a desconstrução das políticas sociais, a precarização das instituições públicas, o entreguismo, a destruição da soberania nacional, o desmonte do Estado, a pulverização do que ainda resta de democracia após o golpe de 2016, como mote de um projeto antinacional, antidemocrático e antipopular em andamento, das elites inescrupulosas e acumuladoras de privilegiados, de mentalidade retrógrada, escravocrata, predatória, saqueadora, abusiva, manipuladora, enormemente prejudicial ao bem-estar do povo.

Quando na verdade é preciso corrigir distorções históricas no país, reduzindo as desigualdades e injustiças existentes entre a população, para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e humana.

Como Bolsonaro nunca teve um projeto para o país, se dobra às pautas e pressões das elites econômicas, empresariais, militares, jurídicas, midiáticas e religiosas – que dominam a política brasileira e responsáveis por sua chegada ao poder –, sobre as políticas públicas de Estado, seguindo uma agenda de retrocessos, além de extremamente conservadora, privatizadora e excludente, mais voltada para os interesses particularizados do que para as reais necessidades da população.  

Com o governo Bolsonaro, o Brasil vive de fato uma incógnita a respeito do seu futuro político, econômico, social, democrático e civilizacional.

Portanto, é preciso ficar de olho em tudo o que está acontecendo, e lutar em defesa da democracia e dos direitos sociais, e contra quaisquer formas de pensamentos e ações de natureza fascista.


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