Presidente Jair Bolsonaro na cerimônia de Apresentação de Cartas Credenciais. Brasília, 08/03/2019 - Foto Orlando Brito |
Deputado Delegado Waldir, Carlos Bolsonaro e General Santos Cruz. Foto Orlando Brito |
O que é Carlos Bolsonaro? No fim de semana, postou no YouTube do pai vídeo com falas de Olavo de Carvalho desancando mais uma vez os militares em tom jocoso, referindo-se a cabelos pintados e vozes empostadas. O filho 02 deve ter levado um raro puxão de orelhas, pois retirou o vídeo e, no domingo, iniciaria nova fase, “longe de todos que de perto nada fazem a não ser para si mesmos”, concluindo: “Quem sou eu nesse monte de gente estrelada?”.
O que é Olavo de Carvalho jamais saberemos ao certo, mas o que é o ministro chefe da Secretaria de Governo, general Santos Cruz, começamos a saber. Parece um sujeito sensato, sobretudo se comparado ao restante do governo, naquela linha de que “em terra de cego, quem tem olho é rei”.
Só que até o general equilibrado também perde a paciência. Também amanheceu nesta segunda mandando recados – e com sua razão. Em entrevista ao Globo em que aparentemente o tema principal é a ameaça de greve dos caminhoneiros, lançou críticas ao “fanatismo” da ala ideológica do governo, a olavista, sem mencionar nomes. “Quando você fanatiza, perde qualquer capacidade de análise”, disse, concluindo que “você tem os fanáticos que acham que podem influir de maneira radical, e aí atrapalham tudo”.
Esse é o conjunto da obra da segunda-feira de uma semana em que, em tese, o governo deveria estar unido trabalhando por sua principal meta da semana, que é tirar a PEC da Previdência, que já tramita há dois meses, da CCJ da Câmara. Pode ser até que consiga, depois de ceder e tirar pontos do texto. Nesse clima de tiroteio interno, porém, corre o risco de não conseguir mais nada.
Quando descobrirmos o que é esse governo, talvez tenha sobrado pouco dele.
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