Por Redação RBA
Valor da remuneração básica para 2020 está previsto pelo governo em R$ 1.040, sem aumento real. (MARCELLO CASAL JR/EBC) |
São Paulo – O fim da política de valorização do salário mínimo,
anunciada nesta segunda-feira (15) pelo governo Bolsonaro, é uma medida que
penalizará principalmente os mais pobres, de acordo com análise do diretor
técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio. "Acabou esse instrumento
importante de elevação do poder de compra dos menores salários da economia
brasileira", adverte, em comentário na Rádio Brasil Atual.
Com a descontinuidade dos reajustes
anuais baseados na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e
pela inflação do ano anterior, a remuneração básica para 2020 está prevista
pelo governo em R$ 1.040. Na prática, Bolsonaro confirmou os ataques que já vinham sendo feitos à
política de valorização.
Clemente lembra que sem a política
implementada em 2004, hoje a remuneração poderia ser de R$ 573, um valor R$ 425 menor que
os R$ 998 estabelecidos como o mínimo. "Esses R$ 425 de aumento
colocam na economia R$ 265 bilhões ao ano", destaca. "É uma política
fundamental para diminuir as desigualdades e essencial para que o mínimo,
crescendo, se aproxime do valor do salário necessário calculado pelo Dieese,
que hoje é de R$ 4.300", justifica o diretor técnico.
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