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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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sexta-feira, 6 de setembro de 2019

Com Aras, Bolsonaro aparelha PGR e quebra tradição iniciada com Lula, por Kennedy Alencar

Mas presidente não faz nada ilegal; exerce direito constitucional

Kennedy Alencar é jornalista, dedicado principalmente a assuntos políticos e econômicos.
A indicação de Augusto Aras para suceder Raquel Dodge significa o aparelhamento da Procuradoria-Geral da República pelo presidente Jair Bolsonaro. O presidente escolheu alguém com quem firmou compromisso político para uma posição que pode, por exemplo, pedir abertura de inquérito e denunciar o primeiro mandatário do país.

Trata-se também de um retrocesso institucional, porque Bolsonaro ignorou a lista tríplice apresentada pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) ao Palácio do Planalto. Bolsonaro quebra tradição que teve início no governo Lula e que foi respeitada nas administrações Dilma e Temer.

Apesar do retrocesso, Bolsonaro está exercendo o seu poder de presidente. A Constituição não o obriga a seguir a lista tríplice da ANPR. Escolher um dos três mais votados na eleição interna da categoria era uma forma de dar mais autonomia ao Ministério Público Federal. Lula e Dilma sempre indicaram o primeiro da lista ou reconduziram procuradores-gerais da República. Temer optou por Dodge, que ficou em segundo lugar na eleição da ANPR.

Bolsonaro está fazendo com a PGR o que fez com o antigo Coaf e o que pretende fazer com a PF (Polícia Federal) e outras instituições: indicar pessoas que tenham compromisso político com ele. Aliás, o favoritismo do subprocurador-geral Aras foi tema do blog e da rádio na semana passada.

Haverá reação corporativista do Ministério Público. Mas quem esperava algo diferente de Bolsonaro se enganou. Vamos ver se teremos um novo “engavetador-geral da República” ou não. O nome deverá ser facilmente aprovado pelo Senado.



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