Aparentando nervosismo, impaciência e
irritação, Jair Bolsonaro faz na ONU discurso retrógrado escrito por aluno de
Olavo de Carvalho e que remete aos tempos da Guerra Fria. Diante dos olhos do
mundo, presidente não se intimidou em divulgar informações falsas
O discurso do presidente Jair Bolsonaro
na abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, foi
chamado de vergonhoso por oposicionistas e de retrógrado pela imprensa
internacional.
Em seu pronunciamento, Bolsonaro
demonstrou dificuldades para ler o teleprompter e negou que a Amazônia esteja
sendo devastada.
O presidente ainda atacou líderes
estrangeiros, como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Emmanuel Macron, da França,
além do cacique Raoni, um dos principais porta-vozes da causa indígena em todo
o planeta.
Em mais de 30 minutos, Jair Bolsonaro
pareceu nervoso e atacou a imprensa internacional pela publicação do que chamou
de notícias “sensacionalistas” sobre os incêndios na floresta amazônica.
Segundo ele, é uma falácia dizer que a Amazônia é “um patrimônio da
humanidade”.
Diante dos olhos do mundo, Bolsonaro não
se intimidou em divulgar informações falsas, como a de que os incêndios na
Amazônia são naturais e “consequência do clima seco”, além de afirmar que as
queimadas são provocadas pelos “próprios indígenas”. A fala do mandatário
brasileiro repercutiu imediatamente no Brasil e no mundo.
“O discurso de Bolsonaro na Assembleia
Geral da ONU expõe o Brasil ao mundo como um país refém de um presidente que
sofre de cegueira ideológica, mente, insulta países parceiros e ataca um dos
maiores líderes indígenas brasileiros, o cacique Raoni. Que vergonha!”,
comentou o deputado Alessandro Molon.
“O Brasil nunca passou tanta vergonha na
ONU! Bolsonaro foi até lá culpar nossos indígenas pela sua gestão ridícula da
crise na Amazônia, atacou nações que nos ofereceram ajuda, defendeu a ditadura
militar e esbravejou asneiras ideológicas diante do mundo! Vexame”, disse o
senador Randolfe Rodrigues.
“Bolsonaro repudia tanto a questão
ideológica que se limitou a fazer um discurso puramente ideológico, raso,
repleto de mentiras e fake news em plena ONU. Levou sua ignorância para o palco
do mundo. Que vergonha! Uma vergonha histórica”, afirmou a deputada Jandira
Feghali.
“De onde menos se espera, daí é que não
sai nada. A frase do Barão de Itararé resume perfeitamente mais esse vexame
internacional de Bolsonaro”, assinalou Marcelo Freixo.
Guerra Fria
O discurso de Bolsonaro foi avaliado
como retrógrado por observadores internacionais, que associaram a fala do
mandatário brasileiro ao período anterior à queda do Muro de Berlim. Em sua
fala, Jair Bolsonaro criticou os governos anteriores ao seu e afirmou que o
Brasil esteve a ponto de ser tomado pelo “comunismo”.
O presidente brasileiro fez ao críticas
‘Foro de São Paulo’, seguindo recomendação do seu guru Olavo de Carvalho. “O
Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula
e Hugo Chávez para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda
continua vivo e tem que ser combatido”, esbravejou.
O discurso que Bolsonaro leu na ONU foi
escrito por Filipe Martins, aluno de Olavo de Carvalho que ocupa o cargo de
assessor especial da Presidência da República.
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