Por Luís Felipe
Miguel,
cientista político
Publicado originalmente no perfil de Facebook
do autor
Jair Bolsonaro e Abraham
Weintraub. Foto: Agência Brasil/EBC
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Os cortes de bolsas e de investimentos
na pesquisa em geral apontam para um país mais burro, mais desigual, mais
dependente e mais submisso.
Afinal, na pesquisa científica e na
formação de novos cientistas não se aperta uma tecla “pause” para depois
retomar de onde parou. É necessário continuidade. As políticas do governo nos
farão recuar 10 ou 15 anos. Podemos perder uma geração inteira para a ciência.
Não é difícil entender isso. Mas o
déficit cognitivo do atual governo é tão gritante
que, em benefício da discussão, vamos aceitar que eles não são capazes de se
dar conta desta realidade.
Então podemos olhar o outro lado: os
cortes no CNPq e na CAPES se transmutam em dramas pessoais. São milhares de
projetos de vida cortados em pleno voo. São pessoas que fizeram escolhas, que
deixaram de aceitar outras oportunidades porque se sentiram vocacionadas para a
ciência, que investiram anos e anos de suas vidas – e agora são jogadas no
vazio.
Gente que abandonou emprego. Gente que
recusou emprego. Gente que mudou de cidade e não tem como se manter.
E o que faz o ministro da Educação?
Exibe sua insensibilidade. Quanto tem
chance, debocha.
É pior do que ser iletrado. É pior do
que ser obtuso. É pior do que ser desinformado. É pior do que ser reacionário.
É pior do que ser obscurantista.
Se Weintraub fosse só isso, estaríamos
muito mal. Mas estamos pior. Ele é perverso.
É um governo de gente perversa.
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