"Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados." ― Vladimir Herzog

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Painel Paulo Freire, obra de Luiz Carlos Cappellano.

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terça-feira, 24 de setembro de 2019

Discurso na ONU oficializa insignificância de Bolsonaro para o mundo, por Tiago Barbosa

Embriagado pela própria idiotice, atacou o Foro de São Paulo, o petismo, o socialismo, a "ditadura cubana", como um vingador da Guerra Fria trancado nos limites da própria ignorância histórica.

Foto BBC
Nada poderia ser pior, mais escatológico, sôfrego e trágico.

O discurso de Jair Bolsonaro na ONU vomitou, para o mundo, o esgoto fétido das idiotices espalhado no Brasil desde a fatídica eleição do fascista.

Não há um chefe de Estado à frente do Brasil. Existe um vácuo mental, um zumbi ventríloquo de impropérios fermentados no submundo da irracionalidade das redes sociais.

Embriagado pela própria idiotice, atacou o Foro de São Paulo, o petismo, o socialismo, a “ditadura cubana”, como um vingador da Guerra Fria trancado nos limites da própria ignorância histórica.

Enxovalhou pontes diplomáticas em ofensas à França e à Alemanha para invisibilizar a destruição da Amazônia incentivada e patrocinada por ele na truculência das mentes ambientalmente insanas.

E exibiu toda a amplitude do preconceito ao desfiar ideologias de quinta em torno de indígenas e proteção ecológica, com argumentos rasteiros sobre tentar “civilizar” os índios e blindar o interesse sórdido dos latifunndiários devastadores.

Bolsonaro é o chorume escorrido do ponto de vista levado por ele à ONU, possível de ser lido exatamente pelo oposto das intenções falseadas durante o discurso.

Chamou a mídia de mentirosa porque ela mostra a verdadeira degeneração social, econômica e política do seu governo.

Condenou o cacique Raoni porque ele denunciou a suruba ecológica na Amazônia.

Criminalizou as ONGs porque elas enxergam, expõem e freiam o ímpeto destrutivo da turba ancorada na necropolítica bolsonarista.

Defendeu a polícia não pela proteção ao cidadão, mas pela disposição de, sob ordens, ferir e matar os desvalidos de uma sociedade racista, elitista e desigual.

Nenhuma palavra sobre os meninos assassinados à bala pela violência fardada no Rio de Janeiro, silêncio sobre a pequena Ágatha, porque, claro, vidas negras não importam à cafajestagem ideológica presidencial.

Exortou, sim, a família, porque faz da compreensão particular da união dos parentes o impulso para exercer o cinismo de pregar compostura moral enquanto favorece a intolerância à diversidade, as milícias e outras práticas mafiosas associadas.

Bolsonaro vive uma eterna campanha de platitudes, ofensas e ódio para, de um lado, manter iludido o gado capaz de segui-lo na procissão da indigência mental e, de outro, desviar o foco da sua completa ausência de humanidade e indícios mínimos civilizatórios.

É um permanente atentado à evolução humana e um desafio constante à sanidade de quem preza pela vida como valor fundamental.

Nítido desperdício de oxigênio, matéria orgânica e tempo. 

O Brasil sabia. O mundo, idem. A vergonha na ONU apenas oficializou a vergonha e a insignificância do neofascista perante as nações e a história.



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