Por Fernando Brito
É doído e triste que vivamos o paradoxo
de que só o pequeno corpo de uma criança tenha tido forças para deter a
escalada da barbárie estatal.
O presidente da República não fará, por
um bom tempo, “arminha” com as mãos.
Os Ratinhos e Datenas vão segurar os
“senta o dedo” que proliferaram na televisão.
A estupidez voltou – quase – a ter
vergonha de exibir-se nua.
O projeto que dava “licença para matar”,
obra da dupla Jair Bolsonaro-Sergio Moro, cambaleia sob o “medo, surpresa e violenta
emoção” da sociedade que vê as suas consequências macabramente antecipadas.
Exceção feita aos imbecis rematados, dá
para sentir no silêncio pesado a angústia que sucede aos ataques de fúria,
durante os quais a razão foge da sala.
O processo social é, mesmo, insondável.
Ághata, escrevi ainda na manhã de
sábado, não foi a primeira nem será – que pena! – a última vítima desta guerra
insana.
Mas virou um marco, um símbolo, um
aterrador sinal de que não queremos – sim, a maioria não quer – ser um Vietnam,
administrado a bala por uma projeção milicana das classes dominantes.
A menina Ágatha não morreu à toa.
Fonte: Publicado no Tijolaço
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